O Colonizado e o Colonizador

“O homem colonizado é aquele que foi forçado a tornar‑se estranho a si mesmo.”

— Albert Memmi, “O Colonizado e o Colonizador”.

Quando nos sentimos deslocados, como se não pertencêssemos ao próprio espaço que habitamos, a frase de Memmi ecoa como um espelho interno. É hora de reconhecer que esse sentimento de estranhamento não nasce do vazio, mas das imposições externas que nos moldaram. Ao percebermos que fomos “forçados” a nos afastar de nossa essência, podemos reconectar com aquilo que realmente somos. Cada escolha, cada pequeno ato de coragem – seja dizer não a uma expectativa que não lhe cabe ou abraçar um hobby que lhe faz vibrar – é um passo para desfazer o estranhamento e reapropriar nossa identidade. Permita-se olhar para dentro, acolher as partes que foram silenciadas e, com gentileza, trazer à luz a pessoa inteira que sempre existiu. Essa jornada transforma o desconforto em força, e o “estranho” em casa.

Sobre o autor

Albert Memmi (1920‑2020) nasceu em Tunis, então parte da Tunísia francesa. Filho de judeus sefarditas, viveu a experiência de ser minoritário e colonizado, o que inspirou sua obra mais famosa, *O Colonizado e o Colonizador*. Escritor, ensaísta e romancista, Memmi abordou com clareza as dinâmicas de poder, identidade e exílio, tornando‑se referência nos estudos pós‑coloniais. Seu estilo direto e humano ainda ressoa nas discussões sobre pertencimento e liberdade.


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